Estudos mostram que aqueles que adotam esse hábito têm menos gordura corporal, menor pressão sanguínea e melhor tolerância à glicose. "É um grande engano achar que caminhada é uma atividade de pouco resultado", ressalta Marcos Gonçalves de Santana, educador físico e pesquisador do Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício (Cepe), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Para Marcos, caminhar é também uma forma de manter-se ativo e, consequentemente, preservar a capacidade fisiológica. Explica que a construção fisiológica do corpo ocorre até os 30 anos. A partir daí, a atividade física é fundamental para a manutenção corporal. Portanto, quanto mais ativo, melhor o funcionamento muscular, cardíaco e respiratório.
"Quando preservamos essas capacidades, há menos ocorrências de fadiga, mau humor, depressão. Além disso, reduzimos os fatores de risco que levam à obesidade, hipertensão, diabetes, consideradas doenças modernas", avisa. Com a vantagem de a caminhada ter baixo impacto, diminuindo os riscos de lesões, desde que se use tênis adequado.
O diretor científico e o presidente do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs), respectivamente, Victor Keihan Rodrigues Matsudo e Timóteo Leandro de Araújo, destacam a importância do uso do pedômetro (aparelhinho que conta os passos) como auxiliar importante da caminhada, no artigo Pedômetro: Uma Nova Alternativa de Prescrição Médica.
Segundo os autores, estudos mostram que houve um aumento da atividade física entre pessoas que passaram a usar o pedômetro na contagem dos passos diários. A razão é simples: esse procedimento motiva, ao mesmo tempo em que ajuda a controlar e comparar a evolução da caminhada. Isso faz uma baita diferença para quem está tentando abandonar o sedentarismo.
Não por acaso, o endocrinologista Alfredo Halpern é um dos grandes incentivadores do pedômetro, também conhecido por passômetro, entre seus pacientes. Fã desse aparelhinho, passou a usá-lo diariamente. "Quem não tem tempo de ir a uma academia ou parque pode contar passos, o que funciona como importante referencial", diz o médico.
O preparador físico Renato Dutra, da assessoria esportiva Ação Total, desenvolveu um programa de caminhada com contagem de passos entre os funcionários de uma empresa fabricante de fios e cabos, localizada em São Paulo. Após seis meses, a saúde daqueles que começaram a introduzir a caminhada no dia a dia deu um salto qualitativo: houve aumento do bom colesterol, e redução da pressão arterial e de medidas corporais.
"A ideia era fazer com que os sedentários iniciassem uma atividade física sem radicalismo", afirma o preparador. "De nada adiantaria querer transformá-los em atletas, pois o objetivo era estimulá-los para que começassem simplesmente a se mexer."
A CPFL Paulista, geradora de energia para cidades do interior de São Paulo, adota um programa semelhante. Entre suas ações voltadas para a qualidade de vida, distribuiu o contador de passos para 1.500 funcionários, no ano passado. Cada pessoa ganhou também uma tabela para controle e registro diário de suas passadas. "A intenção é incentivar a atividade física, e está funcionando muito bem", atesta o especialista em gestão, Roberto Cardoso Brandão.
Trecho retirado de: http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,caminhar-e-preciso,418811,0.htm
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